III Congresso Nacional de Economistas
O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou hoje a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.
O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".
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Ora, esperem lá!...
... é o Dr. Fernando Nobre que se vai candidatar à presidência da Republica??
Eu julgo que há algo de errado aqui neste filme. O sr. Dr. devia era candidatar-se ao cargo de Primeiro Ministro, pois só assim poderia ter algum poder de decisão nas matérias que neste falou congresso.
É que a figura de Presidente da Republica, infelizmente nos dias que correm em Portugal, é só de corpo presente, não manda nada e nem sequer pode falar à vontade para não melindrar os senhores do governo.
Portanto das duas uma, ou o Dr. Fernando Nobre está à procura de protagonismo à custa de temas para os quais sabe que como presidente não pode nem tem poder para fazer nada ou então enganou-se no cargo a queria concorrer.
De qualquer forma é de louvar o que disse e tem toda a razão do mundo.
Concordo em absoluto.
ResponderEliminarApenas o que se verifica é o seguinte: os candidatos têm todos eles belíssimas ideias, óptimos planos para melhorar o país – e até acredito que sejam verdadeiros nas suas intenções – mas quando, finalmente, chegam a exercer os cargos.. há qualquer coisa que acontece de permeio que esses planos, essas ideias brilhantes “vão todos por água abaixo”!
O que tem de bom as campanhas eleitorais seja para que orgão de soberania for é que aparece sempre alguem que diga umas verdades e ponha o dedo na ferida.Mas geralmente não são esses que são eleitos pois não?
ResponderEliminarO povo português gosta de ser enganado ou temos nos genes uma tendência masoquista.